xisto betuminoso
O que é xisto?
As rochas oleíferas, no Brasil, são comumente chamadas de xisto. Entretanto, de acordo com a correta nomenclatura geológica, trata-se de uma impropriedade. Geologicamente, xisto é uma das principais rochas metamórficas de origem sedimentar, de textura foliácea e de lâminas muito delgadas.
O termo mais exato para as rochas oleíferas seria "folhelhos", os quais conforme possam produzir óleo mediante o emprego de solventes ou por destilação destrutiva (pirólise) são classificados respectivamente, em "folhelhos betuminosos" ou "folhelhos pirobetuminosos".
Os folhelhos são rochas resultantes da decomposição de matérias minerais e orgânicas no fundo de grandes lagos ou mares interiores. Agentes químicos e microorganismos transformam, ao longo de milhões de anos, a matéria orgânica em um complexo orgânico de composição indefinida, denominado querogênio (gerador de cera), que, quando convenientemente aquecido, produz um óleo semelhante ao petróleo.
O xisto betuminoso possui atributos de carvão e de petróleo e é uma variedade carbonífera mais nova que a hulha. Por destilação fracionada, a seco, produz gasolina, gás combustível, enxofre, etc.. Entretanto, trata-se de um processo poluente e economicamente desvantajoso. O Brasil possui uma das maiores reservas mundiais de xisto betuminoso.
O xisto é uma camada de rocha sedimentar, originada sob temperaturas e pressões elevadas, contendo matéria orgânica, disseminada em seu meio mineral.
Ocorrência de xisto no Brasil
Existem dois tipo de xisto, o xisto betuminoso e o pirobetuminoso, cujas diferenças são as seguintes:
no xisto betuminoso, a matéria orgânica (betume) disseminada em seu meio é quase fluida, sendo facilmente extraída;
no xisto pirobetuminoso, a matéria orgânica (querogênio), que depois será transformada em betume, é sólida à temperatura ambiente.
O óleo de xisto refinado é idêntico ao petróleo de poço, sendo um combustível muito valorizado.
Os EUA detêm a maior reserva mundial de xisto, seguidos pelo Brasil – cujo principal depósito fica no Paraná, na formação Irati – e pela União soviética.
Todavia, a exploração de xisto é cara, trabalhosa e de pouco retorno.
A primeira extração de xisto no Brasil aconteceu em 1884, na Bahia. Em 1935, em São Mateus do Sul, Paraná, uma usina instalada por Roberto Angewitz chegou a produzir 318 litros de óleo de xisto por dia. Em 1949, o governo federal decidiu investigar cientificamente as potencialidades do xisto e a viabilidade econômica de sua industrialização. Um ano depois, era criada a Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso (CIXB), para estudar a construção de uma usina na cidade de Tremembé, em São Paulo, com capacidade para produzir 10 mil barris diários de óleo de xisto.
Com a criação da Petrobrás em 1953, o acervo da CIXB foi incorporado à Companhia e, em 1957/1958, os técnicos da Petrobrás desenvolveram um novo processo de transformação de xisto que recebeu o nome de Petrosix. Hoje, esse processo é reconhecido mundialmente como o mais avançado no aproveitamento industrial do minério.
Em 1972, entrava em operação a Usina Protótipo do Irati (UPI), que viria comprovar a viabilidade técnica do processo Petrosix, além de testar equipamentos e levantar dados básicos para projetos de usinas industriais. O processo de consolidação da tecnologia Petrosix chegaria ao fim em dezembro de 1991, quando entrou em operação o Módulo Industrial (MI), em plena escala.
A SIX processa diariamente 7.800 toneladas de xisto betuminoso, que geram 3.870 barris de óleo de xisto, 120 toneladas de gás combustível, 45 toneladas de gás liquefeito de xisto e 75 toneladas de enxofre.
O Potencial econômico do município de Pântano Grande está baseado na Exploração de minérios, uma vez que o solo é rico em calcário, caulim, quartzo, xisto betuminoso, carvão, barro refratário, entre outros minerais. Mas, também não menos importante é a Agricultura e Pecuária de nossa cidade. Veja na agricultura de Pântano Grande tem um bom desenvolvimento a maior parte dos agricultores têm assistência especializada e lavouras mecanizadas.
O óleo de xisto é mais caro que o do petróleo?
Sim, e isto sugere uma outra pergunta: por que então continuou-se investindo em óleo de xisto? A resposta será: por motivos estratégicos, porque o Brasil precisa estar preparado para uma nova crise de petróleo ou quando a produção mundial começar a declinar em decorrência do esgotamento das jazidas existentes. Muito embora o preço do petróleo esteja baixo no mercado mundial, países como a China Continental e a União Soviética continuam explorando suas reservas de xisto para a produção de óleo e seus derivados. Cabe assinalar que o xisto se constitui também, numa grande fonte para a produção de enxofre, matéria-prima estratégica, da qual nenhum país industrializado pode prescindir.
Estimativa em bilhões de bbl de óleo
Se fosse possível minerar todo o xisto existente no Brasil, seriam recuperados cerca de 800 bilhões de barris de óleo.
Os números com os quais a PETROBRÁS trabalha são, entretanto, muito mais modestos e dizem respeito, somente, a nove áreas muito bem conhecidas do ponto de vista do potencial geológico. Estas áreas se distribuem pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, existindo xisto suficiente para a produção de 2,8 bilhões de barris de óleo, 19,7 milhões de toneladas de gás liqüefeito de xisto (GLP), 95,8 milhões de metros cúbicos de gás combustível e 43,6 milhões de toneladas de enxofre.
Após a mineração do xisto, o que está sendo feito para a preservação do meio ambiente?
A Superintendência da Industrialização do Xisto possui um órgão responsável pela preservação do meio ambiente, o Setor de Proteção ao Meio Ambiente – SEMEI.
Aos locais onde ocorre a mineração, são retornados os finos de xisto, resíduos de britagem, xisto retortado, materiais estéreis da mineração, e finalmente, recobre-se a área com camadas de solo e subsolo. A seguir, faz-se o reflorestamento da área com essências nativas, tais como, bracatinga, aroeira, erva-mate, canafístula, pinheiro do Paraná, etc..
Para melhorar a recuperação das áreas mineradas, a UFP está desenvolvendo vários projetos de reintrodução da flora e fauna nativa, como o Projeto Arca de Noé, que se ocupa da recuperação da fauna.
Durante o ano de 1988 foram recuperados 110.000 m2 de área minerada e implantado um Módulo Agro-pastoril para estudo do comportamento de bovinos, bem como o desenvolvimento vegetal de gramíneas e leguminosas.
O Setor de Proteção ao Meio Ambiente – SEMEI também controla o tratamento dos efluentes líquidos e gasosos do processamento industrial.